Pintura e Pintores
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
MANUEL TAVARES (1911 - 1974) - Outro calendário
domingo, 11 de janeiro de 2015
Vila de Frades (Vidigueira) e a pintura naturalista
O "quintal" do palacete |
Há quanto tempo, andava em busca de uma ligação entre os pintores novecentistas, Vila de Frades e as obras que produziram, sem conseguir compreender que freguesia tão pequena tanto entusiasmo despertasse aos pintores António Conceição Silva (1869 - 1958) e Ezequiel Pereira (1868 - 1943). O catálogo da exposição retrospectiva e póstuma de E.P, organizada pela Sociedade Nacional de Belas Artes, em Julho de 1944, lista cerca de 40 quadros de Vila de Frades.
Foto da leiloeira Veritas |
Ràpidamente, o mistério de anos aclarou-se. Ezequiel Pereira era cunhado de Conceição e Silva, o casarão de Vila de Frades acolhia (decerto no Verão) a família completa, os artistas partiam em manhãs de estio para fazer o que sabiam - pintar do natural. E assim Vila de Frades deu berço ao escritor Fialho de Almeida … e a uma série de obras de pintura naturalista dos cunhados Ezequiel Pereira e Conceição e Silva.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
ANNE MARIE JAUSS (Munique, 1902 - Nova Iorque, 1991)
A leiloeira Renascimento pôs esta semana em venda um quadro de autoria da pintora de origem alemã ANNE MARIE JAUSS.
Nascida a 3 de Fevereiro de 1902 (algumas fontes referem 1907), em Munique, faleceu em Nova Iorque em 1991. Chegou a Lisboa em 1942, refugiada de guerra. Até 1946, ano em que parte definitavamenmte para Nova Iorque pinta, modela cerâmica e ilustra livros. A partir de 1946, inicia em Nova Iorque uma carreira de escritora e ilustradora de livros infantis.
É natural que em Portugal tenha conhecido vários artistas que por aqui foram passando por períodos mais ou menos longos : - Max Brauman, Hansi Staël, Moise Kisling, Hein Semke, Helène de Beauvoir, e outros.
A revista PANORAMA (do Secretariado da Propaganda Nacional) dedicava-lhe o seguinte artigo em Outubro de 1942:
Todos sabem : - a paisagem portuguesa é manancial inesgotável de temas pictóricos. Daí o ser frequente passarem por cá artistas estrangeiros que, enfeitiçados pelos seus encantos, nunca mais podem separar-se dela. Reconheçamos, todavia, que raros souberam interpetá-la. Não porque o modelo seja esquivo, de traços pouco nítidos. Pelo contrário. A dificuldade reside exactamente na sua prodigiosa nitidez e diferenciação, no carácter inconfundível dos seu múltiplosaspectos: a luz, a policromia, a variedade …
Anne Marie Jauss é uma excepção admirável. Com uma visão plástica de pura ingenuidade, de gostoso primitivismo, contempla e interpretra, esses aspectos, compreendendo-os e sentindo-os, ao mesmo tempo, e profundamente.
Não estará certo dizer-se que a nossa paisagem a comove? Vejam-se os trabalhos que nestas páginas reproduzimos. Imediatamente reconhecíveis (que ângulo fotográfico poderia dar-nos, com tanta evidência, a Sintra que ela fixou?) envolve-nos, no entanto, esse halo misterioso, de candura lírica, de infantilidade revivida, que encanta e enternece. Sensibilidade notável, a desta artista estrangeira, cujos invulgares recursos técnicos, postas à prova em todos os seus trabalhos, desde o óleo à ponta seca – pela cor, o desenho, o sentido harmónico da composição e os pequenos milagres da perspectiva - não lograram (coisa rara!) asfixiar. Rapare-se, por exemplo, no quadro a que chqamou “Pequena Quinta”.* Ou, antes: na reprodução desse quadro. Porque os óleos, gravuras e desenhos de Annne Marie Jauss estão ainda no seu atelier, aguardando a oportunidade de serem expostos em público.
Anne Marie Jauss ter-se-á despedido de Portugal e da Panorama com a magnífica capa do nº 28, de 1946.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Ermida de Nª Sª da Conceição (Trafaria) - por Manuel Tavares
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
MANUEL TAVARES (1911 - 1974)
O TRABALHO QUE O MILHO DÁ
JANEIRO - ESTRUMAR
FEVEREIRO - LAVRAR
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Arqº VELOSO REIS CAMELO (1899 - 1985)
Avistar a torre sineira da Igreja de Barranco do Velho era sinal que a Serra do Caldeirão estava a chegar ao fim, e a Estrada Nacional 2 prometia mais à frente a recompensa para tantas e tantas curvas. Olhavamos de soslaio “A Ti Bia”, e ala! que o mar de Quarteira esperava por nós. Mas, a dignidade daquela torre sineira sempre me desafiou.
Na semana passada, o desafio de décadas venceu-me ... fiz o percurso inverso, mar-serra, determinado a finalmente descobrir os segredos que o Barranco do Velho escondia. A desilusão esperava-me. A Ti Bia, rejuvenescida no exterior, é daqueles restaurantes que não merece duas linhas de texto.
Mas, a mágoa maior foi verificar que o conjunto arquitetónico, constituido pela igreja e duas bonitas casas posicionadas a sul, está hoje abandonado. Tanto igreja como casas têm a assinatura de um nome relevante na arquitectura do Estado Novo – arqº Veloso Reis Camelo. É inaceitável a delapidação deste património (provàvelmente datado de final da década de 30, início de 40 – nada consegui saber com exactidão sobre esta obra), que à guarda do Estado (será dos Serviços Florestais, Ministério da Agricultura?), só poderá ter como destino a ruína. O relativo isolamento poderá adiar a chegada do vandalismo. Mas, não a destruição a prazo.
Abandonar este património, roubá-lo à fruição dos cidadãos, vergá-lo à inclemência do tempo, é apoucar-mos a nossa identidade e afundar-mos inexoràvelmente na indigência cultural e material.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Bernardo Marques (1898 - 1962)
Bernardo Marques foi um notável pintor e artista gráfico da segunda geração do modernismo português. As suas capas para a revista PANORAMA, onde foi director gráfico, são exemplos da notável contribuição que deu na transformação das artes gráficas portuguesas.